17 de dez. de 2007

O livro negro dos vampiros


Meu grande amigo Silvio está lançando, junto com outros autores, O livro negro dos vampiros. Não considero um livro de terror, mas um gênero que Clive Baker espera ser reconhecido por todos: o fantástico, capaz de englobar esses escritores que brincam com a morte, o mistério e o sobrenatural, que nos cativam, como Stephen King, o próprio Baker, Anne Rice e tantos outros. Por aqui, conheço apenas André Vianco, autor que vem fazendo um grande sucesso. Eis aqui um release do livro:



Antologia reúne 53 contos sobre vampiros, da Editora Andross

Os amantes do gênero ganham, a partir deste mês, um prato cheio para saciar sua sede de sangue: O Livro Negro dos Vampiros (Andross Editora, 288 páginas, R$ 29). Com lançamento marcado para dia 16 de dezembro, a obra reúne 53 contos de novos autores, selecionados criteriosamente, e também de alguns escritores do gênero exclusivamente convidados para encabeçarem a obra e darem boas-vindas aos estreantes. A atriz, escritora e cineasta Liz Marins, criadora da personagem Liz Vamp e do Dia dos Vampiros; Octavio Cariello, professor de roteiro e desenho da Quanta Academia e desenhista da versão para os quadrinhos de A Rainha dos Condenados, de Anne Rice; e Kizzy Ysatis, um dos maiores nomes da literatura fantástica nacional da atualidade, autor do premiado Clube dos Imortais – A Nova Quimera dos Vampiros, são alguns deles. Ysatis, inclusive, empresta todo seu conhecimento sobre o assunto no prefácio de O Livro Negro dos Vampiros. A organização é do escritor Claudio Brites, que analisou pouco mais de 300 contos durante oito meses para chegar aos 53 selecionados. Há autores de vários estados brasileiros e também de Portugal. Esta é a 14ª antologia que a Andross lança em seus três anos de mercado. Por este sistema, a editora já publicou cerca de 500 autores, de 14 a 68 anos, do ensino médio ao doutorado, amadores e profissionais. Alguns dos que estrearam nas antologias da Andross hoje já têm obras publicadas individualmente por outras editoras, como o próprio Kizzy Ysatis.

5 de out. de 2007

Ainda que atrasado...



Foi ontem o equivalente a um minuto de silêncio para chamar a atenção para o que está ocorrendo na birmânia (Burma, em inglês). Como disse, um pouco atrasado...

30 de set. de 2007

CONECTADO: o livro


Foi uma bela surpresa ler Conectado, de Juliano Spyer, da Jorge Zahar Editor. O livro conta um pouco sobre a história da internet e discute sobre as possibilidades de construção de redes sociais, como o relato de casos de sucesso como o "Leia Livro", da Secretaria do Estado de São Paulo. A partir de uma linguagem simples, Spyer apresenta as principais ferramentas para elaboração de rede social; porém o melhor do livro é o entusiasmo do autor no que se refere ao grande papel que a internet pode assumir nos próximos anos: a confiança, seja por meio de blogs, fóruns etc, no uso social, gerando boas idéias e unindo pessoas com uma causa em comum. Comprei por acaso este livro, folheei algumas páginas, fique interessado no sucesso do "Leia livro" e o "Viva São Paulo", ambos fruto do trabalho desse historiador e especialista em mídia social.

15 de set. de 2007

Urbana Legio omnia vincit

Cheguei apressado em casa para assistir "Por toda minha vida", especial sobre a banda Legião Urbana, ontem à noite no canal Globo. Fiquei impressionado com o ator Bruce Gomlevsky. Nas cenas em que atuava como Renato Russo, ele estava maravilhoso, a milhas de distância dos outros atores. Arrependo-me de não tê-lo visto no musical sobre Renato Russo, que esteve em cartaz por um bom tempo na cidade do Rio de Janeiro. O programa foi emocionante, com os depoimentos, a dramatização, as músicas. Cada vez que surgia o Legião Urbana tocando, eram pensamentos, memórias de uma adolescência feliz no casamento com o Rock-BR que saltavam dos meus olhos. Quando ele morreu, juntamo-nos para realizarmos um espetáculo no auditório do curso de Letras, da UERJ. Na época, fazia parte do diretório acadêmico. Convidamos Arthur Dapieve para realizar uma palestra, distribuímos CD´s, e trouxemos uma banda cover do Legião. Foi uma bela homenagem. Lembro que alguns, ao final da festa, bêbados, caíam ao chão, tristes, chorando a morte de Renato Russo. Voltando ao programa...Minha única crítica, singela, vai para Fernanda Lima,. Mas que roupas eram aquelas que a mulher vestia? E que apresentação mais tatibitate: pausas longas no discurso, risos autocensurados, parecia bem desconfortável no papel. Mais uma prova de que somente beleza não resolve muito na telinha. O programa termina e ficou em mim, e acredito que para muitos, um gostinho de quero mais. Dizem que vem por aí uma cinebiografia. Esperar para ver e se emocionar. Enquanto isso, reler o livro de Arthur Dapieve da coleção "Perfil", da Relume Dumará e ouvir os CD´s, de preferência no volume alto!

14 de set. de 2007

Novas tecnologias, novos acidentes

Acho que esta frase é de Baudrillard: "Toda nova tecnologia cria um novo acidente". Bem sucinta, percebo a cada dia, em sala de aula, principalmente, como acontece. Os novos celulares com MP3, por exemplo, estão mais do que nunca acessíveis. Parece que é o sonho dos adolescentes. Pois, bem, tem se tornado uma praga em sala de aula, por ser uma nova tecnologia, é preciso estabelecer regras de conduta. Os garotos assistem várias vezes as aulas com o fone de ouvido, ou pior, querem deixar tocar para que o amigo ouça e conheça novas músicas. Mesmo conversando e pedindo para que desliguem, sempre tem alguém que procura deixar no volume mínimo... Mais um fator de distração que acaba afastando o aluno da aula. Ideal seria aproveitar como um instrumento pedagógico, mas sinto que estamos, professores e conteúdos, cada vez mais distantes do aluno, portador de mp3, câmera e celulares. Falta o salto tecnológico para o giz e o quadro verde no cotidiano da escola. Claro que existe, porém ainda não acessível para muitos. Enquanto isso, torna-se importante aprender a conviver com esse novo acidente, que está ocorrendo também nos ônibus. Daqui a pouco teremos um adesivo (e eu espero que venha logo!) no ônibus e em vários outros lugares: "proibido celular com mp3".

5 de mar. de 2007

Peripécias com Memórias póstumas de Brás Cubas

Volta às aulas, uma amiga que sempre me ajudou com a burocracia dos diários de classe me pede ajuda: o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para a filha, que está no terceiro ano e precisa fazer um trabalho. De imediato disse que sim, porém que vasculhasse primeiro na biblioteca da escola. Não havia mais na biblioteca... Procurei na minha. Achei que tivesse uma edição simples para emprestar. Tenho somente um que faz parte de uma coleção de trinta e um livros, obra completa de Machado de Assis, da W. M. Jackson Inc. Editores, de 1957, por sinal muito bem conservada. Nossa... Emprestar um livro de 1957, capa dura, maravilhoso, para uma adolescente, que já soube não é fã de leitura, é inviável. Tive medo que perdesse ou rasgasse e depois me desse, a título de compensação, um exemplar da editora Ática, para estudantes secundaristas. Pedi um prazo, para comprar outra edição, sem que a mãe soubesse. Busquei no Méier, bairro zona norte do Rio de Janeiro, perto de onde moro, e nada encontrei. Não há sequer uma livraria, muito menos um sebo. Há dois anos atrás havia uma livraria, Sodiler, na Dias da Cruz, principal rua do bairro. Há seis anos atrás, havia dois sebos, muito bons. Hoje há o Gibicenter, outrora bom sebo que parece estar rumando para falência. Sem tempo, fui procurar no município em que trabalho, Itaboraí, a nova Canaã, haja vista a refinaria que a Petrobrás deve montar nos próximos anos. Nenhuma livraria. Nenhum sebo. um deserto para um leitor um pouco mais refinado. E mesmo comum. Terei que voltar ao meu paraíso particular de sebos na minha adolescência; o entorno da praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro. Lembro que passava algumas boas horas naquelas ruas, Regente Feijó, entre outras, passeando pelos livros, tentando encontrar alguma peça rara por uma ninharia. Nunca vou me esquecer de um sebo, que mais parecia um corredor, com uma senhora negra e gorda ao fundo com um enorme gato sempre vigiando. Cada vez que adentrava dava pra sentir o cheiro forte de mofo, dava pra perceber o ar denso... Como ela conseguia respirar ali, Meu Deus? ela ficava o tempo todo lá atrás; conhecia, no meio daquela montanha de livros, a ordem que estabelecera para os assuntos. Preciso encontrá-la novamente. Faz quinze dias e ainda não encontrei uma edição simples para comprar e emprestar à adolescente,sem que a mãe perceba. Às vezes sinto que deveria ser menos mesquinho e emprestar a tal edição. Mas o que farei com o medo de perdê-la?

16 de fev. de 2007

Enfim, uma proposta interessante sobre maioridade penal

Não sou a favor de reduzir a idade de 18 anos para 16 em um processo penal. Pura e simplesmente só iria aumentar o número de presos. Na verdade, precisamos saber o queremos fazer com os presidiários, tal pergunta que a sociedade precisa responder. Mas, com o clamor da população a respeito da tragédia de João Hélio, é inevitável que algo seja feito. Várias propostas surgiram. Dentre elas, uma que apareceu no jornal O Dia, bastante interessante. Abaixo, um trecho da notícia, veiculada no dia 14 de fevereiro:
"O juiz Carlos Borges, da Vara de Execuções Penais, é o autor da proposta de alteração na legislação que mais agradou o governador. Pelo projeto, juízes poderiam antecipar a maioridade penal de menores de 18 anos, dependendo da gravidade do crime. Equipe de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais avaliaria a consciência do jovem e poderia declarar a maioridade do adolescente. No Congresso, há seis Propostas de Emenda à Constituição sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 ou até 14 anos. Outra idéia em discussão é criar um fundo que reverteria para as vítimas da violência, com bens apreendidos de criminosos."

13 de fev. de 2007

A morte da esperança








Hannah Arendt dizia que o objetivo da sociedade é preparar a própria sociedade para os que virão. Isso talvez tenha sido o principal fator que desencadeou a indignação e revolta com a morte de menino João Hélio, provocando uma comoção nacional. Todo esforço dos pais na criação do filho, o futuro da família, de repente morto de forma bárbara. Como se não houvesse mais possibilidade de futuro (ainda há, pois existe a irmã de João, que sobreviveu à tragédia). A partir desse ponto inicia-se uma série de discussões, entre elas a maioridade penal, policiamento etc. Em primeiro lugar, o apoio à família, apoio incondicional, pois não há como indagar se o pequeno João deveria estar sem o cinto ou não, se eles deveriam passar por ali ou não, se a mãe deveria ficar na frente dos bandidos ou não. Não sabemos como seria nossa reação diante desse crime. Em segundo lugar, o Mal existe. por mais que se possa explicar através do olhar social, policial ou ecônomico, entre tantos outros, o Mal existe no coração do homem. Sendo cometido por jovens, entre 16 e 23 anos, nos assusta mais ainda porque pressupõe uma geração vindoura amoral, sem respeito pela dignidade humana. A resposta deve ser mais violenta que o problema? Se pudéssemos cumprir ao pé da letra a Lei e a Constituição Federal, seríamos um país deveras melhor. Mas ainda não podemos, porque cada um de nós, em sua atividade, não faz ou produz que lhe é devido em prol da sociedade. Visto por tal ângulo, somos também, todos nós, culpados por esse crime, votamos mal, cobramos mal, buscamos sempre uma forma de ludibriar o sistema... A resposta talvez esteja no desdobramento do resgate e da punição. Punir quem merece ser punido, resgatar os que forem possíveis. Alterar a maioridade penal não irá solucionar, mas é preciso que haja algum tipo de acompanhamento para que se possa dizer, com segurança, que é possível tal sujeito retornar ao convívio da sociedade. Desnecessário dizer que devemos também, no que se refere aos nossos filhos, indagar sobre a seguinte pergunta que Sócrates, filósofo grego, já questionava: "que futuro queremos/daremos para nossos filhos?"

Quadro de Vassili Kandisnky

5 de fev. de 2007

Povo X Sambódromo?

Há alguns dias vários jornais apresentam matérias destacando a presença do povo, em massa, nos ensaios das escolas de samba no Sambódromo. Eu mesmo já presenciei, passando por ali, numa sexta-feira à noite. Não há surpresa. Com o ingresso para arquibancada custando cr$110,00 (por pessoa) ,a melhor opção, claro, são os ensaios. Para quem gosta, e paga, não é desperdício, mas investimento, como se estivesse comprando um pedacinho de felicidade por algumas horas. Para quem não gosta, como eu, fica a impressão de que cada vez mais o Sambódromo, nos dias de carnaval, fechou para o povo, tornando-se exclusividade para turista. O povo é só um grande painel, na passarela e no lado de fora. Opinião (arrisco a dizer que é quase um clichê) de quem não é chegado no samba.

2 de fev. de 2007

Natureza e homens


Enquanto não sai o parecer final do famigerado relatório sobre aquecimento global e o futuro do homem numa terra cercada por desastres ecológicos, não custa nada apreciar o belíssimo quadro de Turner, pintor inglês do Romantismo. Trata-se de "Tempestade de neve: o exército de Aníbal atravessando os alpes suíços", de 1812. Com este quadro é possível imaginar quão frágeis e pequenos somos diante da natureza, sua fúria, com o sol, diminuto, imparcial e ao mesmo tempo construindo no quadro algo próximo de um olho, feito o olhar de um pássaro pronto para abater sua presa. Todo esse alarde em torno do aquecimento global me faz sentir um pouco um dos homens de Aníbal, nessa pintura. Quem tiver o interesse de conhecer mais sobre a vida e a arte de turner, basta clicar no endereço: http://www.abcgallery.com/T/turner/turner.html

1 de fev. de 2007

Nova edição de Marcel Proust


Está saindo pela Editora Globo uma nova edição dos livros de Marcel Proust: Em busca do tempo perdido. Serão sete livros com as traduções dos maiores poetas e escritores, dentre eles, Mário Quintana e Carlos Drummond. Precisa dizer mais alguma coisa? Cheguei a ler, numa época bem remota, os três primeiros livros (O Caminho de Swan, O Caminho de Guermantes e Á sombra das raparigas em flor). Como está saindo uma edição por mês, eu acho, vou comprar e, quem sabe, fazer deste ano o ano da leitura d´Em busca do tempo perdido.

P.S.: o quadro é La Grenouillère, de Renoir.

31 de jan. de 2007

O discurso científico explicando e se divertindo com os super-heróis


Há algum tempo venho me reconciliando com minha infância através das histórias em quadrinhos. Até hoje lastimo a venda de minhas revistas, na época, por uma ninharia. Fora preciso, é certo, mas ficou aquele sentimento de perda. Hoje volto ainda que timidamente às leituras e eis que, por acaso, me deparo com A ciência dos super-heróis, de Lois Gresh e Robert Weinberg, da Ediouro. O livro discute sobre como o conhecimento científico pode explicar os poderes de certos super-heróis, como o Homem-aranha ou o Super-homem, por exemplo. Trata-se de uma leitura leve e bem humorada, em que se destaca o texto científico abordado de modo quase didático, bem como o surgimento da era de ouro dos super-heróis na década de quarenta. São discutidos alguns dos principais heróis das duas maiores editoras do ramo, Marvel e DC, porém, ao final temos uma entrevista com alguns roteiristas e desenhistas que discutem sobre o uso da ciência nos quadrinhos atuais; bem como a importância da mesma nos quadrinhos de Carl Barks – para quem não sabe, ele foi o principal desenhista, por anos, do Pato Donald.