8 de ago. de 2014

Marvelous Cities: Rio de Janeiro

Eis o teaser do projeto de minissérie em quadrinhos Marvelous Cities: Rio de Janeiro:




Minissérie nacional em quadrinhos aprovada pela Lei Rouanet





Marvelous Cities: Rio de Janeiro é uma minissérie em quadrinhos em oito capítulos que foi aprovada pela Lei Rouanet de incentivo à cultura em maio de 2014. O projeto está em fase de captação de recursos, buscando patrocinadores. O prazo para captação de recursos é de dois anos. A publicação será realizada em três versões: impresso em papel couché e acabamento fine art, com capa dura; um eBook, no formato digital ePub (com uma versão para o inglês) e um audiolivro para dar acessibilidade aos deficientes visuais. Tanto o ebook em português quanto o audiolivro estarão disponíveis gratuitamente na internet, como forma de incentivar o consumo deste tipo de mídia. A versão impressa reunirá os capítulos em um só volume, com vários extras, e será vendida pelo valor de R$29,00. A publicação está prevista assim que sair o último capítulo na web. A versão digital em inglês deve ser vendida por US$ 0,99 o capítulo.

A história tem início quando Isaiah, um rico senhor de 75 anos que vive nos EUA, ao ler uma reportagem sobre o Rio de Janeiro vê em uma foto Beatriz, mulher que ele nunca esqueceu quando esteve na cidade, no fim dos anos 50. Ele fica espantado, pois a mulher que aparece é a mesma, linda e jovial, de tempos atrás. Assombrado, contrata os serviços do detetive Joe Debret, que parte para o Rio de Janeiro. À medida que investiga, Debret sente a presença de um seu duplo, Jonas, um fotógrafo que também procura por Beatriz.

Este é primeiro trabalho em quadrinhos de Marcelo Alves, roteirista e autor do projeto, em parceria com Sami Souza, ilustrador e designer conhecido por seus trabalhos artísticos e participações em eventos como o GNUGRAF que busca divulgar o uso de softwares livres na área da computação gráfica. Marcelo Alves é professor de literatura e poeta, coautor do livro Quatro Estações: o trevo (Edição do autor), de 1999, relançado em 2012; participou do livro de contos da Editora Casa da Palavra Prosas Cariocas: uma nova cartografia do Rio de Janeiro, de 2004; produziu o curta de animação Ouvir estrelas em 2013, participando dos Festivais AnimaAção e o 12o Chico – Festival de Cinema e Vídeo do Tocantins, desse mesmo ano.






Teaser do projeto no Youtube: 

6 de ago. de 2014

Freud no cinema



Certa vez John Huston, um dos grandes diretores do cinema norte-americano, pediu para Sartre, filósofo francês já consagrado. um roteiro sobre a vida de Freud. Entusiasmado, Sartre escreveu tal roteiro, um calhamaço de mais de quinhentas páginas. Huston considerou um absurdo, pois se viesse a produzir seriam mais de quatro horas de projeção e buscou junto com o amigo, condensar. Ele não aceitou, pediu que retirassem o seu nome dos créditos, e mais tarde o roteiro foi publicado na íntegra (aqui no Brasil está à venda pela Nova Fronteira, Freud além da alma).
O roteiro foi trabalhado novamente por  Charles Kaufman e Wolfgang Reinhardt que refizeram, enfim, um roteiro de pouco mais de duas horas. Ainda assim, um grande desafio: contar a vida de Freud em seus anos de mais alta produção intelectual, sem que fosse algo chato de se ver na tela. Não é o melhor filme de John Huston, mas a maneira como é conduzida a narrativa, num tom investigativo, quase como um filme policial, com diálogos incríveis, faz com que um fã de cinema assista tranquilamente e se por acaso não conhecer o trabalho de Freud, terá ao menos uma boa ideia sem perder-se em um didatismo chato e muitas vezes pedante. 
Claro que não estão ali todos os trabalhos de Freud, o que há mesmo é uma condensação de personagens, pacientes de Freud na vida real e situações resumidas que de fato ocorreram, porém a serviço da narrativa, ou seja, uma cinebiografia livre das amarras da História, que se permitiu produzir um filme da melhor qualidade.  Freud é interpretado por Montgomery Clift, um grande ator, em uma interpretação maravilhosa. Elenco, aliás, de primeira mão, em um filme de 1962 que não envelhece, mesmo após tanto tempo. Uma aula de cinema e uma obra, repito, que se não é das melhores de Huston, com certeza é superior ao que é produzido hoje em dia.  
       O filme foi distribuído aqui no Brasil pela Versátil com extras bem interessantes como a entrevista com Renato Mezan que discute a obra de Freud. Para quem estuda psicologia, Freud além da alma apresenta os trabalhos sobre psicanálise mais importantes, sem o ranço pedagógico. Para o cinéfilo, é mais uma produção desse grande diretor, um dos mais importantes dos Estados Unidos. Para o espectador comum, é um filme que se mantém em um ritmo narrativo diferente do que é apresentado hoje em dia: nada de explosões, do frenesi visual e ritmo de videoclipe que anda contaminando boa parte das produções cinematográficas. Mas está ali um bom filme que prende, questiona e nos deixa triste quando termina. É possível encontrar o filme no Youtube e nas (poucas) locadoras.