1 de jul. de 2005

Poesia e arquitetura em Cecília Meireles

Recentemente li Amor de Leonoreta, de Cecília Meireles. Na verdade, o livro era uma reunião de cinco pequenos e significativos livros da poeta, do início da década de 50. Conheci a autora através de sua crônicas e do livro, talvez sua obra máxima, O Romanceiro da Inconfidência. Mas voltemos ao primeiro livro enunciado aqui. O que me deixou deslumbrado foi o apuro, o cuidado com o verso, a perfeição de quem está esculpindo, entalhando na palavra mesmo, a poesia e a força da imagem e da música. Em Poemas escritos na Índia, sobre usa passagem por aquele país, impressiona o registro da viagem em versos. É possível visualizar e conhecer a Índia. Não eram somente versos ou poemas, porém crônicas, relatos, tal a sensação que me ocorreu ao terminar de ler. O trabalho poético da autora tem a aproximação com a arquitetura de que Ezra Pound sempre denotara. Para ele, a Poesia não deveria fazer parte da Literatura, mas da Arquitetura, devido ao apuro, rigor, constituição e imaginação de ambos os trabalhos. E ainda tem poeta, que se julga poeta, que não consegue fazer sequer uma escansão dos versos.

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