20 de set. de 2005

Jeanette Winterson: Inscrito no corpo

Foi para mim uma surpresa agradável ler Inscrito no corpo, da editora Rocco, acho que um dos primeiros livros publicados por aqui de Jeanette Winterson, autora inglesa. Fiquei curioso, após sua passagem meteórica na FLIP ( Feira Internacional Literária de Paraty) deste ano, no Rio de Janeiro. Ativista política, simplesmente convidou a todos para fazer um protesto contra a Petrobrás (na época a Petrobrás estava para fazer algumas operações próximas a Paraty que iriam, segundo a opinião dos ambientalistas, degradar o meio-ambiente). Baixinha, mas com um discurso de gigante, não somente participou mas, pelo que li, foi uma das apresentações mais interessantes do evento. Quando passei na Biblioteca Municipal do Engenho Novo, estava lá o livro de pouco mais de 170 páginas, convidando-me para a leitura. Trata-se de um romance muito interessante. Procura retratar sobre as nuances do amor no nível mesmo do corpo fisiológico, no que tem de original. Na verdade, em muitas passagens há o misto de ensaio com o discurso científico sobre a natureza do amor,flertando também com outros gêneros literários como o conto, a partir de um triângulo amoroso: uma mulher casada, seu amante e um marido frio e distante com uma voz narrativa bissexual, sob a ótica do amante. Achei engraçado que no texto de apresentação do romance, somos levados a crer que exista mais de uma voz narrativa que ora se apresenta masculina, ora , feminina. Nada disso. Uma voz somente que se apresenta bissexual, talvez reflexo (sem querer empobrecer o romance, longe disso) da natureza sexual da própria autora, assumidamente bissexual.
Quem quiser conhecer mais sobre a autora pode acessar a página pessoal: www.jeanettewinterson.com

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