20 de out. de 2005

Corpo discente

Para quem não sabe, trata-se de alunos, do conjunto de alunos. Tenho sido apontado por meus alunos do Segundo Grau no CIEP em Itaboraí, interior do Rio de Janeiro, como um dos mais perversos professores. Comentam que as minhas provas de português são difíceis e, o pior, têm dez questões! Eles não estão acostumados com uma prova tão extensa. Na verdade, não estão acostumados com a palavra escrita. Muito complicado... Praticamente não lêem nada, nem jornal de esportes, arrisco-me a dizer que o pouco contato com a escrita está condensada ao colégio. O CIEP não oferece cópias de textos para os alunos, os mesmos quase sempre reclamam quando precisam pagar para tirar cópia. Não é possível utilizar a biblioteca, da forma que gostaria. Há bons livros, mas em geral poucos têm oito ou nove de uma mesma edição. Freqüento bastante a biblioteca, já me disseram que aquela é uma das poucas da região, e, atualmente, quase não recebe novas remessas. Como suponho que o CIEP, desculpe, agora se chama " Brizolão", tenha cerca de 700 alunos, vi, até hoje, somente três alunas que realmente são leitoras. Não vejo mudança a curto prazo. Porém acredito que é preciso planejar atividades e possibilidades para que as futuras mães dessa geração possam relevar a importância da leitura na educação dos filhos. Não sei como poderia ser feito. Tenho andado pessimista por estes dias...

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