11 de dez. de 2005

A sedução do discurso científico

Está saindo nas bancas o DVD da série "Cosmos", de Carl Sagan pela revista Superinteressante. Pretendo comprar e colecionar. O site Nomínimo noticiou o fato, mas se refere ao mesmo como indicado para crianças de 7 a12 anos (rsss). Passei desssa idade faz anos, porém ainda é um assunto que atrai minha curiosidade. Lembro de uma fase em que lia bastante literatura científica, voltada em boa parte para o público leigo. Dentre outros, li Breve história do tempo, de Hawking, e O bico do tentilhão, de Jonathan Weiner. Este foi para mim uma leitura maravilhosa. Trata-se do acompanhamento da vida dos tentilhões, numa das ilhas Galápagos, e suas recorrentes adaptações ao meio, expressão maior da teoria da evolução das espécies, de Darwin. Quanto ao outro, foi uma leitura decepcionante. Saí com mais perguntas e respostas frouxas, quase incompreensíveis. Porém há uma nova versão, ele reescreveu junto com um jornalista da área científica, preocupando-se, enfim, com os leigos. O discurso científico é sedutor. O discurso filosófico também, mas fiquemos, por agora, com o primeiro. Onde está a sedução? Para mim, está na organicidade de um sistema descrito no encantamento da lógica, sobretudo quando comparamos com a irracionalidade do mundo. Também acho que está na aventura da descoberta, no desafio mental, no jogo de linguagem. A ciência ainda (?) não é a resposta para o desafio do mundo, da vida. Mas não está desprovido do espectro do maravilhoso.

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