1 de set. de 2005

Descobrindo Balzac

Nunca tinha lido Balzac. Comprei um livro do autor no original, La Maison du Chat-qui-Pelot, para manter em dia o meu francês, na verdade, quero melhorar meu domínio sobre o idioma (rssss). Deparei-me com uma história de vida interessante: o escritor foi uma verdadeira máquina literária, uma produção de causar inveja a qualquer um, sofreu por um amor que só pôde ser consumado já perto de sua morte; e mais, procurou sempre defender a mulher da opressão da sociedade, baseado no convívio com suas irmãs, mais especificamente Laurence. Tem sido uma leitura difícil, junto com dicionário, sempre, mas bastante prazerosa. Chama a atenção do leitor o papel da descrição no texto de Balzac. A descrição das roupas dos personagens, nos mínimos detalhes, por exemplo, estão associadas a características psicológicas, como num corpo só. Difícil separar o físico do psicológico. Autores contemporâneos não fazem isso. Poucos trabalham com a descrição, buscando a palavra certa, com o objetivo de traçar uma característica. Muitos vão dizer que hoje o romance moderno jogou a descrição, técnica de produção de texto, para escanteio. Importante a sugestão, a cortina de fumaça. Concordo. Mas ler Balzac, até o momento, tem sido também uma lição de técnica literária. Nada está solto no texto. Aliás, como disse Autran Dourado, o escritor precisa conhecer as palavras comuns, dominar o substantivo que dá nome ao mundo, na minha opinião, descrever, descrever, descrever...

Nenhum comentário: