8 de set. de 2005

O espetáculo da seleção brasileira

Não tenho dúvidas de que hoje a seleção só perde para ela mesma. Não importa nem se vai jogar com os quatros (carinhosamente chamada de “Quarteto Fantástico”) ou os cinco. Simplesmente não há adversário que tenha o mesmo plantel (palavra interessante essa) que o nosso time. Concentrada para uma partida, como a que realizou com o Chile, deverá esmagar os times inferiores (ainda existem) em poucos minutos e descansar ao longo da partida. Como no auge das lutas do Mike Tyson. Queriam espetáculo? Em segundos, Tyson destruía seus inimigos. Não havia tempo para isso. Espetáculo somente nos primeiros filmes de Rocky, estrelado por Silvester Stallone. Com a seleção teremos espetáculo até os 40 minutos do primeiro tempo. Depois de morto o inimigo, como nas grandes batalhas, o repouso do guerreiro ao longo do segundo tempo. Hoje o maior inimigo é a vaidade e a presunção. Na imprensa há o comentário de que esta é a melhor seleção de todos os tempos. Ainda não. Para mim, foram três: a de 70, que nunca assisti (ainda era um projeto de vida), mas percorre todo o imaginário dos brasileiros e estrangeiros (vide a homenagem que o diretor britânico Ken Loach realizou no filme “Meu nome é Joe”) com uma vitalidade impressionante; a de 1982, assistida, e que até hoje me emociona; a de 2002, que daria um belo filme com a seguinte sinopse: seleção desacreditada, com o ídolo Ronaldinho tendo que provar para si mesmo e para o mundo a sua recuperação, supera todas as adversidades em um belíssimo campeonato. Fosse um esporte consagrado nos EUA, Hollywood já teria filmado. Aguardemos a Copa do Mundo, portanto, o apito para o início do jogo. Nesse momento da partida, o ponto zero, a verdadeira batalha não será mais travada no campo mas na mente dos jogadores.

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