2 de fev. de 2005

Trabalho de leitura em sala de aula - parte III

2. Conhecer o texto e o autor a ser trabalhado;
Algo óbvio e nem sempre percebido. Trabalhar com um texto implica, em minha opinião, numa relação de prazer porque uma boa leitura é um ato de prazer. Se quem oferece um texto não tem esta relação, dificilmente passará para o outro a experiência de uma boa leitura. A intimidade resultante de uma boa leitura nunca é dada, ela é partilhada.

3. Criar expectativas de leitura;
É preciso ambientar o grupo para a leitura. Perguntar, conversar sobre algumas questões que estão pontuadas no texto antes da leitura, apresentar o autor... Nada que uma boa conversa não possa resolver.

4. Professor como mediador na relação texto/leitor;
Certa vez escrevi um artigo em que dizia que este era um trabalho de construtor de pontes: aproximar as distâncias entre o texto e o leitor. Quando preparo um texto, procuro marcar pequenos trechos que provoquem o debate, utilizando-os sempre que percebo a ausência das vozes do grupo leitor. Esta ausência, quando extensa, é um péssimo sinal para quem trabalha com a leitura. Significa que as tais distâncias podem ainda estar intactas, e, portanto, não há para o professor mediação alguma.

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