30 de dez. de 2004

Bons tempos

Como é final de ano, resolvi arrumar e limpar o computador. Acabei encontrando alguns textos que não via há tempos. Entre eles, o texto de apresentação para o livro de poemas do Henrique, grande amigo meu, com quem tive a honra de dividir um livro de poesia: Quatro estações: o trevo, publicado em 1999.
UM GOLIARDO

Certa vez, quando ainda fazíamos a graduação no curso de Letras da UERJ, Henrique Rodrigues escreveu um texto de humor em que foi duramente criticado. Eram críticas pesadas, quase grosseiras. Resolvi, como amigo, defendê-lo com um pequeno artigo em que o comparava com um daqueles goliardos do final da Idade Média - ex-seminaristas, expulsos do convento, que saíam pelas tavernas e praças públicas escarnecendo a todos com grande virulência e erudição. Foi a partir desta situação que percebi o riso como o grande elemento – senão o maior - de subversão da ordem. O riso tem esse poder e o Henrique sabe como utilizá-lo. E se no passado, a título de defesa, o comparei com um goliardo, hoje retomo esta mesma idéia a título de uma brevissíma apresentação. Acrescento, porém, um detalhe: aliado ao que foi dito, está a sensibilidade do poeta, exigente e laborioso no trato com as formas poéticas – vide a sextina, os sonetos e haikais.
O primo Altamirando, se pudesse ler este texto, certamente diria: “Bom, chega de embromação, está na hora de ler os poemas”. Tia Zulmira e eu concordaríamos. Passemos, então, aos poemas.

Marcelo Alves

Obs.: Permanece atual. :)

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