22 de jan. de 2005

Alexandre, O Grande - um filme perdido

Quem assistiu ao filme de Oliver Stone sabe que o diretor perdeu-se. Não sabemos se era para ser um épico, um drama, uma biografia, um filme de ação. A música, excelente, simplesmente não condizia com as cenas, havendo em vários momentos constrangimento e falta de sintonia. E os diálogos? A cena em que Aristóteles conversa com os alunos sobre o amor entre os homens, quando Felipe, pai de Alexandre, conversa com o filho, na caverna, sobre deuses e homens. Porém, infelizmente, boa parte dos diálogos desperdiçados, superficiais. Mesmo com um bom elenco o filme não emociona, ao contrário, é lento, cansativo. Anthony Hopkins, na pele do sábio e velho Ptolomeu, narrador do filme, honesto em seu trabalho, dá consistência ao personagem, porém, de novo, Stone ao final do filme aponta para todos os lados, demolindo e ao mesmo tempo construindo o mito Alexandre, como se estivesse pedindo desculpas por algum erro em sua narrativa, na voz de Ptolomeu. A batalha de Gaugamela, que selou o destina da Pérsia, deveria ser o grande momento, infelizmente não foi. O tempo todo procurou-se criar um triângulo entre Alexandre, sua mãe, a belíssima Angelina Jolie, que pouco envelheceu no filme, e Jared Leto, na pele de Hefestion, amante do jovem imperador. Quem conhece um pouco de História sabe que sua passagem por Siwa, no Egito, foi crucial, pois lá ele foi reconhecido como um deus vivo, o que deve ter alterado sua própria percepção e sentido da vida, sem contar a batalha citada poucas linhas acima. Fica para um próximo filme, quem sabe acertam.

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