13 de jan. de 2005

Joaquim Nabuco, Bush: EUA continua sendo

George Bush, o Darth Vader de nossa era, não somente assumiu a mentira (a de que realmente não existe arma no Iraque) como também afirmou que faria tudo novamente. Sobre isso sempre tivemos certeza! Encerrou o ano de 2004 como personalidade do ano, pela Times, o que sugere, de fato, o apoio irrestrito de boa parte da mídia americana, e, pior, venceu as eleições para presidente com boa margem de vitória. Bush é a pontinha do iceberg, mas o que nos assusta é a base, a sociedade norte-americana, que o alçou para o topo do mundo. Pois bem, lembrei-me de um livro maravilhoso: Minha formação , de Joaquim Nabuco. Tal livro, uma espécie de autobiografia intelectual, é a reunião de vários artigos escritos no jornal Comércio de São Paulo e Revista Brasileira, por volta de 1893-99. Em um dos artigos, Nabuco faz uma análise dos EUA que permanece atual, o que me deixa bastante chocado, pois não percebo mudanças. Vou citar alguns trechos e recomendo, desde já o livro. É muito bem escrito, retrata um período do nosso Império e da sociedade brasileira de forma magnífica.
  • "...é ele (os Estados Unidos), talvez, o país onde melhor se pode estudar a civilização material, onde o poder dinâmico ao serviço do homem parece maior e ao alcance de cada um. Em certo sentido pode-se dizer dele que é uma torre de Babel bem sucedida..."
  • "... o governo na América é uma pura gestão de negócios, que se faz, mal ou bem, honesta ou desonestamente, com a tolerância e o conhecimento do grande capitalista que a delega."
  • "... tratando-se do norte-americano, que a igualdade humana para ele fica dentro dos limites da raça... nunca ninguém convenceria o livre cidadão dos Estadso Unidos, como ele se chama, de que o seu vizinho do México ou de Cuba, ou os imigrantes analfabetos e os indigentes que ele repele dos seus portos, são seus iguais. Para com estes o seu sentimento de altivez converte-se no mais fundo desdém que ente humano possa sentir por outro."

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